Até outro dia, era o aquecimento global. Os ursos polares morreriam afogados por não ter onde pisar. O nível dos oceanos ia subir e inundar cidades (um contrassenso, pois o gelo ocupa mais lugar que a água, então o nível do mar teria que descer, mas enfim, é a çiênssia e Tico e Teco obedecem a çiênssia).
Vários cientistas contestaram a bobagem do Al Gore, partido democrata, livros foram escritos, a farsa foi exposta. Mas o Tico e o Teco não souberam porque a mídia, a voz do comunoglobalismo, grita mais alto, e quem grita mais deve ter razão, né, Teco?
Depois, com sucessivos vexames, o termo virou "mudanças climáticas", as mesmas que sempre existiram desde que o mundo é mundo. A Groelândia, por exemplo, tem este nome porque era verde (Greenland, embora tenha já um componente do marketing da época, pois não era nenhuma floresta amazônica) e foi cultivada.
Lá pelo fim do século XIII, o mais belo de todos os séculos, o clima começou a mudar: verões chuvosos, invernos rigorosos. Os monges cronistas, escrevendo pergaminhos sobre o scriptorium, começavam assim suas narrações: "Ui, que frio!"
O clima mudou, o trigo encharcava e faltou pão, a base da alimentação. As populações se fragilizaram. A Groelândia ficou branquinha, não dava mais para ser cultivada. Agricultores foram para uma ilhazinha desabitada e menos gelada, mas ainda gelada, batizada, então, de terra do gelo: a Islândia.
Com o passar dos anos, o Natal passou a ter neve. Em cerca de 50 anos, veio a peste negra que só ceifou muitas vidas porque as populações estavam fragilizadas. Em "Decamerão", Boccaccio conta detalhes tenebrosos vistos com seus próprios olhos. Falou-se a boca miúda que a peste ceifara de metade até 3/4 da população européia. Hoje estes números são contestados, dizem que foram superfaturados com o passar do tempo. Mas a população diminuiu, a mão de obra encareceu, e houve novos desenvolvimentos para suprir a falta.
O relógio d'água, usado nos mosteiros por causa da hora das orações, congelava. Novas formas de marcar a hora foram testadas.
Por causa do frio foram inventados o tricô e o crochê, uma forma de tecer sem precisar de tear. Foi inventado o botão para a gente se abotoar até o queixo em dias de frio.
O fogo, lareira (de Lares, deus protetor da casa -- domus -- na antiga Roma) que ficava no centro dos salões comunitários, pois não existia a privacidade que tanto amamos e "quero um quarto só pra mim" era frase que jamais fora pronunciada, era onde também se cozinhava. Com os ventos fortes e frios, o fogo se apagava, mas não dava para fechar as janelas, senão morreriam sufocados pela fumaça. Era problemático: abre, fecha, abana a fumaça pra fora.
Lá pelo século XIV, um gênio anônimo inventou a chaminé: permite manter as janelas e portas fechadas que a fumaça sobe por um cano. Até hoje é sucesso de público e crítica.
E assim se manteve este clima.
Por volta do século XVII, houve outra rápida pequena glaciação,. Num certo ano, não lembro qual, icebergs foram vistos na foz do Tâmisa. Dizem que o vinho congelava nas taças. Uma imperatriz russa muito malvada (depois procuro o livro para contar a história com nomes e datas), mandou construir um castelo de gelo e lá aprisionou seu filho que se recusara a casar com quem ela desejava. Ao jovem foi dada a companhia de uma camareira, uma camponesa. Eles sobreviveram ao inverno, a primavera chegou, derreteu o castelo, a imperatriz malvada morreu e o príncipe se casou com a camponesa e viveram felizes até que a morte os separou.
Há muitas décadas os cientistas de verdade sabem que se tratam das manchas solares: quanto mais manchas, mais atividade solar, mais calor. Menos manchas, mais frio. É periódico, pode variar de poucas décadas a poucos anos.
Mas a mídia e os çienssistas pagos para mentir não contaram sobre as manchas solares. O objetivo era ter um inimigo do planeta, então inventaram o falso aquecimento que os contradisse com a terrível realidade.
Mas, quem é mau nunca desiste, então inventaram outro inimigo, o tal vírus que existe há tempos. Se foi por morcego, se foi criado em laboratório, se não alteraram nada, não sei. Nunca se sabe a verdade quando se lida com poderes totalitários. O único fato visível é: criaram um inimigo em nível mundial.
Bismark, quando quis unificar os principados que hoje compõem a Alemanha sob a batuta da militarista Prússia, criou um inimigo: a França, e foi a Guerra Franco-Prussiana que uniu diversos povos contra um inimigo comum. Os vários contos de guerra de Guy de Maupassant mostram diversos aspectos da guerra pelo lado dos dominados: os egoísmos, as resistências. Vale a pena ler. O então Império Francês rui e é instaurada a III República Francesa.
Os dominadores de hoje fazem como Bismark, mas pelo preço alto das guerras não apenas em dinheiro, mas também em custo de imagem, tentam unir o mundo contra um inimigo invisível, sempre sob a batuta de alguém muito esperto e com gosto pelo domínio. Ora, que raio de inimigo mortal é este que você precisa fazer um teste (não confiável, por pessoas inconfiáveis) para saber se tem? Que guerra é esta em que vizinhos delatam inocentes ao inimigo dominador em vez de acolhê-lo?
É a pior das guerras. É a guerra de todos os monstrinhos que Pandora soltou da caixinha (sim, pode ser um vaso, mas os gregos faziam caixas também, de vime e madeira): egoísmo, inveja, cobiça, traição e muitos outros contra a liberdade e a verdade.
Imagem:
Paul, Jean e Hermann LIMBOURG (c. 1370 – 1416). Fevereiro Les Très Riches Heures du Duc de Berry, 1413-16 Iluminura em Pergaminho. Musée Condé, Chantilly, França Uma das primeiras pinturas mostrando a neve.
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